O empreendedorismo de oportunidades entre “raças”.

De acordo com o Relatório Especial de Empreendedorismo Feminino no Brasil, do SEBRAE, 48% dos Microempreendedores Individuais (MEI) no Brasil são mulheres e os pequenos negócios representam a grande maioria dos empreendimentos comandados por gestoras no nosso país.

Acontece que, quando observamos os recortes raciais dessas empreendedoras, percebemos que existe um abismo de oportunidades entre as mulheres negras e as mulheres brancas, sendo tão extenso que até o tipo de serviço prestado por essas profissionais varia quando olhamos para a raça. 

Mesmo  que novos negócios surjam todos os dias no nosso país, o motivo para que esses empreendimentos deem certo e o quanto eles rendem varia quando olhamos através do recorte racial. 

Empreendedorismo feminino: Oportunidade vs Necessidade

Você conhece o termo empreendedorismo por necessidade? Empreender por necessidade é quando você encontra apenas na abertura de um negócio a chance de gerar renda.

E por que é importante discutirmos isso?

Segundo pesquisas, 49% das mulheres negras empreendem por necessidade, contra 35% das mulheres brancas.

Importante mencionar também que 15% dessas mulheres empreenderam depois da pandemia da Covid-19, pois suas rendas foram reduzidas.

Também é interessante mostrar que apenas 20% das mulheres mostraram estar no empreendedorismo feminino por vocação.

Além disso, infelizmente apenas 21% das mulheres negras possuem CNPJ – já com as mulheres brancas, essa porcentagem dobra.

E os desafios não param por aí, afinal elas também recebem menos:

Segundo pesquisa do Sebrae, mulheres negras empreendedoras são 17% dos empreendedores, e são as que ganham menos:

Mulheres negras empreendedoras = R$ 1.384 por mês

Mulheres brancas empreendedoras = R$ 2.691 por mês

Homens brancos empreendedores = R$ 3.284 por mês

Empreendedorismo feminino negro: desafios

No decorrer da pandemia, o setor de empreendedores mais afetado foi o de mulheres negras. Segundo dados do SEBRAE, 36% delas fecharam suas empresas ou pararam seus negócios, e muitas não possuem infraestrutura para conseguir realizar serviços de delivery ou online.

Outro dado assustador é que 58% das mulheres negras que buscaram crédito com bancos e instituições financeiras receberam um não. 

Ah, importante mencionar que somente 25% delas tinham algum tipo de restrição de crédito, como nome no SPC ou Serasa. 

Todos esses dados levantados pelo SEBRAE apenas mostram que o empreendedorismo reflete as mesmas desigualdades e diferenças de oportunidade da sociedade como um todo, mostrando que o racismo estrutural impacta de maneira grave as empreendedoras negras no Brasil.

Precisamos de abrir espaços de apoio para mulheres negras – e de baixa renda – que tem suas oportunidades escassas quando se fala em construir sua própria empresa. 
A instituição Mulheres SA oferece com orgulho uma rede de apoio, oportunidades e networking para todas as mulheres independente da cor e orientação sexual.

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